Diretora-assistente da Organização Mundial da Saúde (OMS), a médica curitibana Mariângela Simão vem trabalhando em estratégias de combate à pandemia do novo coronavírus. Ela, que concorda com o isolamento de pessoas em suas respectivas casas, lamentou o fato de ver praias lotadas no Rio de Janeiro e afirmou que o brasileiro deveria levar o caso mais a sério.
“Não pode minimizar. Eu tenho visto muito nas redes sociais, no Brasil, pessoas minimizarem o risco. Tenho visto um pouco de descaso no sentido de que só afeta pessoas acima dos 65 anos. Não é verdade. O Brasil tem um Sistema Único de Saúde com estrutura de vigilância epidemiológica razoavelmente eficiente. Tem uma espinha dorsal para enfrentar uma situação mais grave”.
De acordo com Mariângela, a pandemia vai demorar de se estabilizar e declinar.
“Está muito no imponderável ainda. Na China, os casos começaram a diminuir depois de três meses, mas tendo em conta que a China fez um esforço massivo de contenção. É muito cedo, mas a doença ficará por algum tempo. É irreal pensar que vai acabar logo”, indicou.
Mariângela Simão é ex-integrante do programa da ONU contra a Aids e está desde 2017 na cúpula da OMS. Ela é a brasileira mais graduada no esforço para combater o novo coronavírus.